As mudanças hormonais e físicas que acontecem no corpo da mulher antes e durante o período menstrual podem levar a sintomas incômodos, bem conhecidos pelas mulheres. A cólica é um dos principais desses sintomas e sua ocorrência é comum entre mulheres de diferentes idades.

A dor varia de mulher para mulher, de um leve incômodo a uma dor forte, que pode levar ao uso de medicamentos antiespasmódicos e analgésicos.

Mesmo assim, não é normal a mulher sentir cólicas menstruais muito fortes, que a impeçam de realizar suas atividades e a levem ao hospital, por exemplo. Esses sintomas indicam a necessidade de investigação médica e podem estar relacionados com a infertilidade. Leia o post para saber mais!

Cólica menstrual muito forte

Durante a fase do ciclo menstrual que antecede a ovulação, as estruturas reprodutivas da mulher sofrem modificações para se prepararem para uma possível gravidez, que pode acontecer após a ovulação. A parede interna do útero, o endométrio, se torna mais espessa para acomodar o embrião.

Quando o óvulo é liberado, mas a fecundação não acontece, o corpo entende que a gravidez não aconteceu e que suas estruturas devem voltar ao normal. O útero sofre contrações para que as camadas do endométrio sejam liberadas pela menstruação. Essas contrações comprimem nervos e vasos sanguíneos locais, que podem levar à dor da cólica.

Essa dor é comum e pode ser bastante incômoda, mas dores extremamente fortes não são normais e podem estar relacionadas com um problema de saúde chamado endometriose.

Endometriose

A endometriose é uma doença que acomete cerca de 10% a 15% das mulheres em idade reprodutiva. No Brasil, estima-se que mais de 6 milhões de mulheres apresentem o problema.

A doença é caracterizada pelo crescimento das células endometriais em regiões fora do útero, como nos ovários ou na cavidade abdominal. O sangue liberado durante a descamação do endométrio na menstruação pode migrar para esses outros pela menstruação retrógada.

Os principais sintomas da endometriose são:

• cólicas menstruais muito intensas;
• dor durante a relação sexual;
• dor crônica na região pélvica;
• alterações intestinais e urinárias durante o período de menstruação;
• fadiga e exaustão;
• sangramento menstrual intenso e/ou irregular;
• dificuldade para engravidar e infertilidade.

Endometriose e Infertilidade

A infertilidade é uma das principais consequências da endometriose, podendo atingir entre 30% e 40% das mulheres com a doença.

A infertilidade nas mulheres com endometriose está relacionada com o processo inflamatório local causado pela doença. O endométrio presente em tecidos fora do útero provoca inflamação, que, com o tempo, causa uma aderência entre os órgãos reprodutivos. A anatomia do útero e dos ovários pode ser alterada, de forma que a fertilidade fica prejudicada.

O diagnóstico precoce aliado ao tratamento adequado é a melhor estratégia para preservar a fertilidade e possibilitar que a mulher engravide. O tratamento é feito com o uso de hormônios contínuos ou por meio de cirurgia para a retirada das áreas de endométrio fora do útero.

Sentir cólica menstrual muito forte não é normal, por isso as mulheres com esse sintoma precisam se consultar com médicos especialistas precocemente, de forma a investigar a presença de endometriose e iniciar o tratamento.

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