Saber o que pode e não comer durante a gravidez é uma das principais perguntas que ouvimos das mamães nos consultórios. Um dos alimentos sobre os quais existem mais dúvidas é a famigerada canela, e já vou avisando: canela deve ser evitada, mas pode ser ingerida DESDE QUE NÃO SEJA EM GRANDES QUANTIDADES! Vamos descobrir o por quê?

Primeiramente, sabemos que a gestação é um período sensível para o corpo da mulher, pois nesse período existem uma gama de transformações celulares e alterações hormonais que transformam a útero em uma verdadeira incubadora, preparando o ambiente para uma boa gestação. Logo, substâncias que favorecem uma interferência nesse meio ambiente não são aconselhadas, pois podem afetar tanto o corpo da mãe, quanto o desenvolvimento/nascimento do bebê.

Consequentemente, temos a canela no centro da mesa. Ela vem de uma árvore asiática e é amplamente utilizada na cozinha e no meio farmacêutico, pois é sabido que suas propriedades químicas possuem efeitos benéficos para o corpo: é antisséptica, anti-inflamatória, ajuda na digestão, é antiespasmódica, miorelaxante, inibidora da formação da placa bacteriana dental, inflamações de mucosa oral entre outros (LORENZI; MATOS, 2002).

Porém, um efeito observado após a ingestão de canela em altas doses é a do relaxamento dos músculos uterinos e o estímulo do aumento do fluxo sanguíneo no útero. Esse efeito é perigoso durante a gestação, pois contrações uterinas podem estimular um parto precoce. Além disso, foi observado em um estudo que concentrações altas de canela causam má formações no bebê, pois as substâncias da planta passam facilmente pela placenta. O problema é que não se tem um estudo que determina as quantidades consideradas tóxicas de canela no organismo da mãe, o que fez a ANVISA não recomendar a planta durante a gravidez.

Portanto, por não saber qual a tolerância do organismo da mulher às concentrações de canela, e não existir uma quantidade considerada ideal, o uso da planta não é recomendado. Mas, se porventura houver a ingestão da planta, espera-se que dosagens baixas não causem efeitos adversos.

Clínica Fecunda.